segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

AMOR - Mayakovsky


*Um dia, quem sabe

ela, que também gostava de bichos

apareça numa alameda do zoo

sorridente, tal como agora está

no retrato sobre a mesa

Ela é tão bela, que, por certo

hão de ressuscitá-la

Vosso Trigésimo Século ultrapassará

o exame de mil nadas

que dilaceravam o coração

Então, de todo amor não terminado

seremos pagos em enumeráveis noites de estrelas

Ressuscita-me

nem que seja só porque te esperava

como um poeta,repelindo o absurdo quotidiano

Ressuscita-me, nem que seja só por isso

Ressuscita-me!

Quero viver até o fim o que me cabe!

Para que o amor não seja

mais escravo de casamentos

concupiscência, salários.

Para que, maldizendo os leitos

saltando dos coxins

o amor se vá pelo universo inteiro

Para que o dia, que o sofrimento degrada

não vos seja chorado, mendigado

E que, ao primeiro apelo

- Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira

Para viver livre dos nichos das casa

Para que doravante a família

seja o pai

pelo menos o Universo

a mãe

pelo menos a Terra!

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