segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A PROPÓSITO DISTO - Mayakovsky - A FÉ


Distendei vossa espera o quanto quiserdes

- tão clara, duma clareza tão alucinante

é minha visão que, dir-se-ia,

bastava o tempo de liquidar esta rima,

para, garimpando ao longo do verso,

entrar numa vida maravilhosa.

Eu não preciso indagar o que e como.

Vejo-o, nítido, até os último detalhes,

no ar, camada sobre camada,

como pedra sobre pedra.

Vejo erguer-se, fulgurando

no pináculo dos séculos,

isento de podridões ou poeiras,

o laboratório das ressurreições humanas.

Eis o calmo químico,

a vasta fronte franzida em meio à experiência

Num livro,

"Toda a Terra", procura ele um nome.

"O Século Vinte...vejamos, a quem ressuscitar?

A Maiakovsky talvez...

Não, busquemos matéria mais interessante!

Não era bastante belo esse poeta".

Será então minha vez de gritar daqui mesmo,

desta página de hoje:

"Pára, não folheies mais!

É a mim que deves ressuscitar!"

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